Fielzão ou Teixeirão?




Em 1930, a FIFA organiza a primeira competição de futebol entre seleções de países. Com sede no Uruguai e com 14 países participando, tinha início a Copa do Mundo. De 4 em 4 anos, o maior evento esportivo do planeta volta, atraindo espectadores do mundo inteiro. Somente por causa da Segunda Guerra Mundial, não aconteceram as Copas de 1942 e 1946. Com a devastação da Guerra, a maioria dos países não tinha condições de organizar o evento, em 1950. Como único candidato a sediar a Copa do Mundo de 1950, o Brasil ganhou e foi sede (infelizmente, não ganhando o campeonato). Desde então, o Brasil tenta ser a sede da Copa do Mundo mais uma vez, mas nunca conseguindo.

No dia 30 de Outubro de 2007, a votação para a sede da Copa do Mundo de 2014 estava finalizada e vencedor iria ser anunciado. Com muita festa e alegria, o Brasil comemorou por ser escolhido para sediar mais uma vez a Copa do Mundo.

Com o país sede escolhido, era hora de escolher as cidades sede. Após sucessivos adiamentos, em 31 de Maio de 2009, as cidades finalmente foram escolhidas. Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Cuiabá, Brasília, Salvador, Recife, Natal e Manaus.
Com a escolha óbvia de Rio de Janeiro e São Paulo, os estádios a sediarem também eram óbvios, afinal Morumbi e Maracanã eram os dois melhores e maiores estádios do país.
Originalmente, o Morumbi estava no projeto, mas vetado pela FIFA e pela CBF por incompatibilidade financeira, São Paulo precisava de um estádio para sediar a Copa do Mundo. Como nenhum existente se adequava às exigências da FIFA, a solução era construir um novo estádio. No início foi pensado em construir o estádio em Pirituba, zona noroeste da cidade, mas a opção foi descartada por falta de tempo.

Chega a Copa do Mundo de 2010 e o Mundo para mais uma vez para assistir o grande evento. A Seleção Brasileira viaja para a África do Sul para tentar seu hexacampeonato mundial. Aliado do presidente da CBF (Ricardo Teixeira), Andrés Sanchez, atual presidente do Corinthians era o chefe da delegação brasileira na Copa do Mundo.
Com a eliminação nas quartas-de-final para a Holanda, o Brasil voltou pra casa e assistiu a Espanha vencer a mesma Holanda na final e se tornar a primeira seleção européia a ganhar a Copa fora do Velho Continente.

Passada a Copa do Mundo, no Brasil, era hora de resolver o problema do estádio de São Paulo. Depois de sucessivos fracassos, o estádio foi anunciado como propriedade do Corinthians. Com apoio de Lula (corintiano assumido), Gilberto Kassab e Ricardo Teixeira, o estádio foi projetado para Itaquera, distrito de São Paulo, localizado na Zona Leste.
Visivelmente muito pobre, Itaquera começou a ser questionado se realmente poderia sediar a Copa e quais os motivos para tal. A explicação foi que a Copa do Mundo ajudaria Itaquera a se desenvolver economica e industrialmente.
Projetado para ter a capacidade de 48mil pessoas (abaixo das exigências da FIFA), o "Fielzão" custará aproximadamente R$600milhões aos cofres alvi-negros.
Recentemente, Ricardo Teixeira escolheu o "Fielzão" como sede da abertura da Copa. A coisa começou a ficar estranha: como poderia um estádio que não se encaixa nos padrões da FIFA, localizado na periferia da cidade e que sequer começou a ser construído poderia sediar a abertura da Copa do Mundo, ainda mais com a belíssima Salvador concorrendo.

Claramente deu pra perceber que há o envolvimento do presidente Lula e de Ricardo Teixeira no projeto. Questionado sobre de onde viria o dinheiro para a construção do estádio, o vice-presidente do Corinthians afirmou que irá pedir emprestado R$500milhões ao BNDES. O país está tão bem economicamente, a ponto de poder emprestar R$500milhões para um time construir seu estádio, sem qualquer garantia de retorno? É um caso complicado.

Em 1988, a área de mais de 200mil metros quadrados, foi concedida ao Corinthians para ser usufruída por 90 anos, mas como parte do acordo, o Corinthians teria que construir um estádio na área, em 5 anos, o que não ocorreu. Com o desrespeito ao acordo da concessão, a justiça determinou que o Corinthians devolvesse a área, o que não ocorreu. Com isso, a construção de um estádio na área seria totalmente ilegal.
Será que o estádio deveria realmente se chamar "Fielzão"? Ou deveria se chamar "Teixeirão"?

nota: na eleição para presidente do Clube dos 13, o Corinthians foi um dos únicos a votar no candidato da CBF, Kléber Leite. Ironicamente, o São Paulo votou em Fabio Koff, da "oposição".

2 comentários:

  1. Mesmo sendo a favor da construção de um estádio para o time da marginal sem número, acho que a construção de mais uma arena de grande porte vai mesmo é acabar prejudicando a curto prazo todos os times da capital, pois todos os antigos vão se modernizar e até mesmo em Barueri tem um bom estádio agora.
    Espero um futuro próximo onde migremos para entradas apenas de sócio-torcedor, lotando estádio e justificando o grande orçamento gasto em estádios pelos times nesses próximos 4 anos.
    Quando a maracutaia eu já esperava, a bomba vai pior depois do laudo da Fifa, é esperar e ver.

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  2. Então... Minha opinião é a seguinte: deviam reformar o Morumbi. Sai MUITO mais barato e rápido do que construir outro estádio em uma área sem condição e sem garantia de retorno. Não sei quem é esse Teixeira e pouco me importa. Mas ir contra a lei e não devolver a terra lá, isso é babaquice.

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